Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos - HPA

Os HPAs (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) pertencem a uma classe de contaminantes muito importantes para o ambiente, pois além de estarem presentes no ar, água, solo e alimentos, se degradam lentamente no ambiente e causam malefícios a saúde de seres humanos e outros organismos (IARC, 2010). 

São lançados na atmosfera por atividades naturais, como fumaça de erupção vulcânica, ou por ações do homem, como incêndios florestais, queima incompleta de matéria orgânica ou de derivados do petróleo. Outra fonte importante é a fumaça de cigarros. Uma vez presente no ar atmosférico, pode ser transportado por longas distâncias (INCA, 2021).

O benzo(a)pireno é o HPA mais bem estudado, e já é comprovadamente cancerígeno (IARC, 2012).


Formas de exposição

No trabalho:

Os profissionais mais expostos a HPA, por via dérmica principalmente, são aqueles que realizam a liquefação e gaseificação de carvão, produção de coque, destilação de alcatrão de hulha, coberturas e pavimentação que envolvam a utilização do piche de carvão, produção de alumínio, fabricação de eletrodo de carbono, limpeza de chaminé, usinas de energia, queima de madeiras em fogões a lenha e lareiras, queima de rejeitos da agricultura, descarga de veículos automotores.

No ambiente:

Inalação ativa ou passiva da fumaça do cigarro, queima de madeira ou carvão e ainda por contaminantes presentes no ar. Outra via menos frequente é a ingestão de alimentos contaminados, tais como alimentos grelhados, churrascos, defumados e também alimentos assados, cozidos ou fritos a alta temperatura.


Principais efeitos à saúde

A exposição ocupacional a misturas contendo HPA está associada a diversos tipos de câncer: pulmão (produção de coque, gaseificação de carvão, cobertura e pavimentação que envolva piche de carvão, produção de alumínio e fuligem); pele (destilação de alcatrão de hulha e fuligem); bexiga (queima de carvão e produção de alumínio); esôfago e sistema hematopoiético (fuligem) (INCA, 2012).


Medidas de controle

A monitorização de trabalhadores expostos aos hidrocarbonetos é de grande utilidade na produção de informações, o que permite não apenas medidas para diminuir o problema, mas também a adoção de medidas preventivas, implicando em redução dos efeitos nocivos a saúde. Entretanto, este monitoramento deve considerar o estilo de vida do trabalhador (tabagismo, alimentação), assim como a poluição atmosférica da região de sua residência e do ambiente de trabalho, tendo vista a grande capacidade de espalhamento dos hidrocarbonetos e os demais fatores existentes (INCA, 2021).


Referências Bibliográficas

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Chemical agen­tes and related occupations: a review of human carcinigens. Lyon, France IARC, 2012. p. 111-114. (IARC Monographs on the evaluation of carcinogenic risks to humans, v. 100F).

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Some non-he­terocyclic polycyclic aromatic hydrocarbons and some related exposures. Lyon, France: IARC, 2010. (IARC Monographs on the evaluation of carcino­genic risks to humans, 92).

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Rio de Janeiro: INCA; 2012.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Ambiente, trabalho e câncer: aspectos epidemiológicos, toxicológicos e regulatórios / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: INCA, 2021.

Fonte: Gov.br