Especialistas fazem reflexões sobre as mulheres no mundo do trabalho

A abertura do seminário “Debates atuais sobre a mulher no mundo do trabalho” ocorrido na sexta-feira, 24 de março, contou com a participação do superintendente Regional do Trabalho em São Paulo (SRTb/SP), Marco Antônio Melchior; da auditora fiscal do Trabalho e coordenadora do Programa Jovem Aprendiz da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo, Sandra Morais de Brito e representando a Fundacentro, Rita de Cássia Brisighelo.

Em sua fala, Marco Antônio, destacou a importância do Dia Internacional da Mulher (08 de março) que celebra as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo da história. A data é uma forma de conscientizar a sociedade sobre a luta pelos direitos das mulheres e pela igualdade de gênero.

“Em nome da Superintendência do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), agradeço a todos e todas que colaboraram com a realização do seminário. O dia 08 de março é um marco, pois o movimento das operárias russas, em 1917, que lutavam por melhores condições de trabalho, valorização, direitos e igualdade de gênero” possibilitou algumas conquistas para as mulheres”, informou o superintendente.

Completa que o dia voltado para as mulheres é comemorado em todo o mundo, com eventos que destacam as conquistas em diversas áreas, como educação, ciência, tecnologia, política, arte e cultura. Além disso, é um momento para refletir a necessidade de continuar a luta pelos direitos das mulheres.

“Agradeço imensamente a participação de todas as centrais sindicais que apoiaram a divulgação do evento e a presença do novo presidente da Fundacentro, Pedro Tourinho de Siqueira”, finalizou Melchior.

 

Opressão de gênero e o feminismo

“Não se nasce mulher, torna-se mulher”, com esta famosa afirmação de Simone de Beauvoir, a auditora fiscal do Trabalho, Sandra Brito, ressaltou que a identidade feminina não é algo que se nasce com ela. Além disso, essa frase é importante porque coloca em questão a ideia de que os papéis de gênero são naturais e imutáveis. Em vez disso, ela sugere que esses papéis são construídos socialmente e, portanto, podem ser questionados contestados e mudados.

Sandra salientou que essa questão vai ao encontro do movimento feminista e pela luta de igualdade de gênero. “O Monitor de Violência indicou que o Brasil continua sendo um dos países mais violentos do mundo para as mulheres. Estudo divulgado em novembro de 2018, pelo Escritório das Nações Unidas para Crime e Drogas (UNODC), estimou que a taxa de homicídios femininos foi de quatro mulheres mortas para cada grupo de 100 mil, ou sejam, 74% superior à média mundial”.

A auditora informou ainda que as mulheres fizeram progressos significativos no mundo do trabalho nas últimas décadas. Porém, ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar a igualdade de gênero e garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens no local de trabalho.

 

Composição familiar

A coordenadora revelou que as estruturas familiares, os vários tipos de família, a hierarquia intrafamiliar e violência oculta no lar eram temas questionados pelo feminismo. “Com a velocidade e intensas mudanças socioeconômicas e digitais, a maternidade persiste como se fosse a única determinante na vida das mulheres e desponta como justificativa para impor”.

“É um momento de reflexão, porque o pouco que avançamos, não podemos perder. Não temos o direito de regredir. As próximas gerações irão progredir e avançar. Assim, quem sabe, o Dia da Mulher chegará a ser contada aos nossos bisnetos (as) e nas escolas, como um passado que abriu as portas. Como disse Fanny Tabak, em 2002, o feminismo abriu a caixa de Pandora”, finaliza Sandra.

Na mesma linha de pensamento da auditora, Rita Brisighello, da presidência da Fundacentro, também participou da mesa de abertura.

Grande parte das atividades do seminário está disponível no canal da Fundacentro no YouTube. Em breve será publicada a matéria com as palestras.

 

Fonte: Gov.br